PABLO NERUDA



Grita Amor, quando chegares à minha fonte distante,
cuida para que não me morda tua voz de ilusão:
que minha dor obscura não morra nas tuas asas,
nem se me afogue a voz em tua garganta de ouro.

                Quando chegares, Amor
                à minha fonte distante,
                sê chuva que estia
                sê baixio que rompe.

                Desfaz, Amor, o ritmo
                destas águas tranquilas:
sabe ser a dor que estremece e que sofre,
sabe ser a angústia que se grita e retorce.

                Não me dês o olvido.
                Não me dês a ilusão.
Porque todas as folhas que na terra caíram
me deixaram de ouro aceso o coração.

                                                                    Quando chegares, Amor                            Artísta Mark Arian            
                desvia-me as vertentes,
                aperta-me as entranhas.

E uma destas tardes - Amor de mãos cruéis -,
ajoelhado, eu te darei graças.

Pablo Neruda, in "Crepusculário"
Tradução de Rui Lage
Tema(s): Amor

6 comentários:

  1. Oi minha amiga, boa noite! Que maravilha de poema, Dar graças ao amor que chega...lindo! Pablo Neruda, um Mestre em fazer poesias. Parabéns pela bela escolha.Arlete suas visitas me deixam muito feliz viu! Obrigado de coração
    Beijos com muito carinho
    Marilene

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  2. Lindíssima poesia,Adorei! beijos,tudo de bom,chica

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  3. Hola mi amiga lindisimo poema,, que tenga un óptimo fin de semana

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  4. Que entrada tan preciosa tanto por sus letras como por el arte.
    Un placer disfrutar de esta poesía, te dejo un fuerte abrazo, bella jornada!

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  5. Olá, tia Arlete!Lindo!!!
    Passando para desejar uma linda sexta!
    Beijinhos
    Pedrinho

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  6. Arlete,que belo poema de Neruda!Gostaria de ter melhor memória pra conseguir guardar todas essas poesias de cabeça!...rss...adorei as imagens que escolheu tb!bjs e bom fim de semana,

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