Chove. Há SilêncioChove. Há silêncio, porque a mesma chuva
Não faz ruído senão com sossego.
Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva
Do que não sabe, o sentimento é cego.
Chove. Meu ser (quem sou) renego...
Tão calma é a chuva que se solta no ar
(Nem parece de nuvens) que parece
Que não é chuva, mas um sussurrar
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.
Chove. Nada apetece...
Não paira vento, não há céu que eu sinta.
Chove longínqua e indistintamente,
Como uma coisa certa que nos minta,
Como um grande desejo que nos mente.
Chove. Nada em mim sente...
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Pessoa lindo sempre! Muito boa escolha! Bjs praianos,chica
ResponderExcluirVale la pena caminar bajo el agua si está en buena compañía, una entrada espléndida y llena de gusto!
ResponderExcluirTe dejo un fuerte abrazo, bello día.
http://perfumederosas-cristina.blogspot.com/
Ain que lindo Arlete!
ResponderExcluirAmei!
lindo fim de semana!Xeroo